O governador Ronaldo Caiado, candidato à reeleição nas eleições de 2 de outubro, vai liderar o União Brasil, partido gigante em Goiás e no País, com o maior número de senadores, deputados federais e prefeitos em todos os estados. O novo partido é resultante da fusão do DEM e PSL e tem o deputado federal Luciano Bivar como presidente Nacional e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto como secretário-geral.
Caiado vai exercer a 2º vice-presidência nacional e a presidência do União Brasil em Goiás. O deputado federal Delegado Waldir, que presidia o PSL, será o 1º vice-presidente do partido no Estado.
O partido União Brasil, que nasce da fusão entre DEM e PSL, é a “maior ferramenta política instalada no país”. É esta a avaliação do governador Ronaldo Caiado. “O Democratas e o PSL juntos têm aquilo que nós sabemos: espírito público, garra e coragem. O Brasil tem jeito. O Brasil tem rumo”, pontuou.
Como presidente do DEM até agora, o governador liderou um partido com forte apoio no Legislativo federal e estadual, além de prefeitos e vereadores. Nas eleições de 2020, o DEM elegeu 62 prefeitos e já alcançou 80 gestores de lá para cá.
O governador de Goiás chegou a ser lembrado como candidato a presidente da República pelo União Brasil, mas fez opção de concorrer à reeleição este ano para concluir a execução de seu plano administrativo.
O governador Ronaldo Caiado é um dos entusiastas do União Brasil: “Estamos construindo um partido que quer apresentar ideias avançadas para o país, com um novo modelo para a economia e também para a inclusão social. Queremos ser determinantes nas políticas públicas a serem votadas pelo Congresso Nacional”.
“Minha linha é de direita, conservador, tenho o mesmo perfil de direita. Pessoalmente, eu trouxe ele [Bolsonaro] para Goiás, para todos os eventos em Goiás na última campanha [2018] fui eu quem trouxe, quando ele tinha 1% das pesquisas”, afirmou o deputado Delegado Waldir (PSL-GO).
Delegado Waldir pretende se lançar ao Senado na chapa à reeleição do governador Ronaldo Caiado (DEM). “A tendência é o União Brasil fazer o que fez na eleição passada, quando o Caiado abriu o palanque para mais de um candidato”, afirmou Waldir, citando Bolsonaro, Moro, Doria e Tebet.
Nacional
O novo partido terá a maior bancada do Congresso Nacional. Atualmente, na Câmara, o PSL possui 55 deputados e o DEM 26, resultando em 81 parlamentares. Já no Senado Federal, são 5 pelo DEM e 2 pelo PSL, chegando em 7. Serão ainda 3 governos estaduais (Goiás, Mato Grosso e Rondônia), 552 prefeituras e 129 deputados estaduais e distritais.
Além de uma anunciada saída em bloco de bolsonaristas e de outros parlamentares, o novo partido ainda está em busca de um rumo na eleição presidencial, o que incluem variadas opções. De uma inicial e difícil negociação com Sergio Moro (Podemos) a uma tentativa de federação com o MDB de Simone Tebet ou com o PSDB de João Doria, a trajetória inicial do União Brasil passa até pelo lançamento da candidatura presidencial de Luciano Bivar —que não é pra valer, mas apenas para forçar uma melhor colocação em algumas das chapas à sucessão de Jair Bolsonaro (PL).
O PSL (55) e o DEM (26) reúnem 81 cadeiras na Câmara e ficarão bem à frente do segundo colocado, o oposicionista PT, que tem 53. Em abril, 20 a 30 deputados bolsonaristas do PSL irão deixar a legenda, em especial rumo ao PL, que filiou em seus quadros o presidente Jair Bolsonaro.
A União Brasil perderá deputados também por outros motivos, como Kim Kataguiri (DEM-SP), que se filiará ao Podemos.
Com as saídas e algumas possíveis entradas, tanto políticos do DEM como do PSL estimam que a União Brasil chegará ao fim da janela do troca-troca partidário, em abril, com uma bancada entre 50 e 60 deputados, ou seja, similar à atual do PSL.
Apesar do provável esvaziamento, a União Brasil terá dois triunfos preciosos na eleição de outubro, a maior verba pública de campanha e o maior espaço na propaganda dos candidatos. Esses dois ativos são calculados, na maior parte, pelo tamanho que PSL e DEM saíram das urnas em 2018 e independem do troca-troca que ocorrerá no mês que vem.
Só do fundo eleitoral a União contará com quase R$ 800 milhões para distribuir aos seus candidatos.
Apesar dos cofres cheios e o poder sobre a maior fatia da propaganda eleitoral na TV, até agora o novo partido não tem clareza sobre que rumo irá tomar nas eleições presidenciais.
Paralelamente a essas especulações, Bivar tenta fechar uma federação —novidade dessa eleição, que não representa fusão, mas exige atuação conjunta das siglas pelos quatro anos seguintes— com o MDB de Tebet.
As conversas encontram menos resistência do que as com o PSDB de Doria. Mesmo assim, há dificuldade pelo prazo exíguo para que os pedidos de federação sejam apresentados ao TSE —até o fim deste mês— e por divergências entre União e MDB em alguns estados.
Maiores bancadas na Câmara e na Assembleia Legislativa
Dos 17 deputados federais goianos, o União Brasil vai contar com Delegado Waldir Soares, José Mário Schreiner e Zacharias Calil. Poderá conquistar José Nelto (Podemos), Glaustin da Fokus (PSC) e Célio Silveira (PSDB). Vai perder Major Vitor Hugo, que deve migrar para o PL.
Dos 41 deputados estaduais, o novo partido terá Álvaro Guimarães, Iso Moreira, Chico KGL, Antônio Moraes,Tião Caroço, todos do DEM e Paulo Trabalho, do PSL e poderá conquistar as filiações de Francisco de Oliveira (PSDB), Lucas Calil (PSD) e Talles Barreto (PSDB).
Delegado Humberto Teófilo e Delegado Eduardo Prado não permanecerão no União Brasil, pois devem buscar abrigo no PL bolsonarista.
Os 80 prefeitos do DEM e cinco do PSL vão permanecer no União Brasil, além de dezenas de vereadores estado afora.
Independente da troca de legendas, o governo Ronaldo Caiado seguirá com apoio de 31 dos 41 deputados estaduais até o final do seu mandato, em 31 de dezembro deste ano.
O União Brasil, sob a liderança de Ronaldo Caiado, juntamente com os partidos aliados, formará a mais competitiva chapa para as eleições proporcionais (deputado federal e estadual), o que poderá lhe assegurar ampla maioria nos Legislativos a partir de 2023, além de assegurar a reeleição do governador e do candidato ao Senado.
O prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, que ingressou no DEM para disputar a reeleição em 2020, diz que o União Brasil vai se fortalecer ainda mais em Goiás, em razão da liderança política e da ação administrativa do governador Ronaldo Caiado. “Nunca se trabalhou tanto quanto agora em Goiás, Caiado é municipalista”.
O deputado federal Zacharias Calil, nome lembrado para concorrer à reeleição ou mesmo ao Senado, também diz que o partido vai crescer ainda mais nas eleições deste ano em Goiás, em razão do comando “firme e determinado” de Ronaldo Caiado.
O deputado estadual Álvaro Guimarães ressaltou que, a partir de agora, haverá uma ofensiva nos 246 municípios goianos, tendo Ronaldo Caiado à frente, para “oxigenar” o União Brasil, de olho nas eleições de 2022 e 2024. “Além de conquistar expressiva vitória nas urnas este ano, o União Brasil vai se preparar para a eleição de prefeitos e vereadores daqui a dois anos”.