Um relatório divulgado esta semana pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) revela que Anápolis ocupa o lugar no ranking das 100 cidades mais empreendedoras do país. Além de Anápolis, das cidades do estado, figuram na lista Goiânia e Aparecida de Goiânia.
No ranking, as três cidades goianas aparecem em posições melhores do que no último estudo divulgado no ano passado. Desta vez, Goiânia saltou da 52ª posição para o 14º lugar, Anápolis deixou a 75ª posição e foi para a 55ª, enquanto Aparecida de Goiânia saiu do 86º lugar para o 65º. São Paulo e Florianópolis permaneceram no topo do índice.
O Índice de Cidades Empreendedoras está em sua 6ª edição e avalia as condições para o empreendedorismo nos municípios mais populosos do País. O estudo é feito em parceria entre a Enap e a Endeavor, uma organização internacional de estímulo ao empreendedorismo, presente em 18 países, com foco em nações emergentes e que atua no Brasil há 22 anos.
Segundo a Enap, desta vez foi possível fazer uma comparação mais ampla com o estudo anterior, porque nesses dois relatórios os indicadores de empreendedorismo e os municípios analisados foram expandidos e padronizados.
Os pesquisadores medem sete fatores determinantes para definir a posição no ranking: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, capital financeiro, inovação, capital humano, cultura empreendedora.
Números de Anápolis e Goiás
No relatório atual, o grande destaque para Goiás foi a cultura empreendedora, com Goiânia ocupando o primeiro lugar entre as 100 cidades analisadas. Este determinante mede a iniciativa da população em buscar em ferramentas da Internet por termos como “empreendedor” e “MEI” ou mesmo por instituições relacionadas ao empreendedorismo como “Sebrae”, “Simples Nacional”, “Senac” e “Franquias”.
Outros fatores determinantes importantes para o crescimento de Goiás no ranking foram o ambiente regulatório, que compreende a complexidade burocrática em processos como abertura e liberação para funcionamento das empresas, e a facilidade de acesso das empresas ao capital.
Em relação ao ambiente regulatório, Anápolis figura em 20º lugar, praticamente junto à Goiânia, que ocupou o 19º. Aparecida de Goiânia apareceu na 23ª posição. No determinante acesso ao capital, Goiânia apareceu na 12º posição, Anápolis na 57ª e Aparecida de Goiânia no 95º lugar.
O fator infraestrutura, que mede as condições de conectividade do transporte interurbano e as questões urbanas como o preço do m² e o custo médio da energia elétrica, entre outros, teve Goiânia ocupando a 26ª posição, Anápolis a 65ª e Aparecida de Goiânia a 70ª.
Na variante mercado, Anápolis ficou com a posição 70, Goiânia com a 71 e Aparecida de Goiânia com a 88. Nesta variante, são analisados dados como o crescimento médio real do PIB, o PIB per capita e o número de empresas exportadoras com sede na cidade.
Para o determinante inovação, que avalia desde a infraestrutura tecnológica até as patentes e a média de investimentos do BNDES e da Finep, Goiânia ocupou o 59º lugar, Anápolis o 65º e Aparecida de Goiânia o 67º. Já no determinante capital humano, que analisa o acesso à mão de obra básica e à qualificada, Goiânia está no 28º lugar, Anápolis no 47º e Aparecida de Goiânia no 88º.
A média da classificação nas variantes avaliadas colocou Anápolis como a 55ª entre as 100 melhores cidades brasileiras para o empreendedorismo.
Empreendedorismo
A diretora de Altos Estudos da Enap, Diana Coutinho, disse que o objetivo do estudo é ajudar os gestores públicos a identificarem os pontos que devem ser melhorados em suas cidades, bem como as empresas que estão em busca de um bom lugar para empreender. “Estamos dando um farol para que os municípios orientem suas decisões”, afirmou. Ela disse também que o ambiente de empreendedorismo apresentou uma melhora de 2020 para 2022 no conjunto dos municípios avaliados, mas ainda precisa avançar no país. Um dos pontos que melhorou foi a infraestrutura. Por outro lado, uma questão que precisa melhorar é o acesso a capital.
O coordenador-geral de pesquisa da Enap, Cláudio Shikida, afirmou também que oferecer um ambiente propício para o empreendedorismo é importante porque favorece o crescimento econômico. “Quanto mais você dá condições para que o cidadão possa empreender, mais você estimula a abertura de novos negócios, inclusive entre aqueles que não tinham condições de se sustentar, propicia a criação de novos produtos e tecnologias”, afirmou,