A positividade de casos da sublinhagem Ômicron BA.2 do coronavírus aumentou de 6,2% para 11,7% em duas semanas no Brasil. O crescimento da disseminação da cepa foi revelado por testes feitos em laboratórios parceiros das redes de saúde Dasa e DB Molecular, analisados pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS).
Mais transmissível do que a BA.1 — a sublinhagem mais comum da Ômicron — a BA.2 entrou no país em meados de fevereiro. De acordo com a análise, entre 17 e 23 de abril, a variante foi identificada em 84,3% dos testes. No relatório anterior, de 14 de abril, a porcentagem era bem mais baixa: correspondia a 69,3% das amostras positivas.
O aumento de um período para o outro ocorreu conforme houve o relaxamento das medidas protetivas contra a Covid-19 no território nacional. De acordo com o ITpS, o comportamento da BA.2 no Brasil é semelhante ao observado em outros países, que também registraram avanço da sublinhagem.
Os laboratórios envolvidos na pesquisa analisaram mais de 70,2 mil testes no período de 1º de fevereiro a 23 de abril, sendo a maior parte da região Sudeste. Neste intervalo, a BA.2 foi identificada em 122 municípios de 13 estados, sendo que a positividade aumentou de modo diferente, dependendo da localidade e faixa etária.
Em Minas Gerais, o aumento foi de 6% para 14%; em São Paulo, de 7% para 11%. Em relação às faixas etárias, todos os grupos, exceto crianças de até 9 anos e adultos de 20 a 29 anos, apresentaram um crescimento importante na taxa de testes positivos da sublinhagem. Entre crianças e adolescentes de 10 a 19 anos, o índice subiu de 10,4% para 12,1% e, no grupo de 0 a 9 anos, de 2% para 4,4%.