“A gula dos Batista por cargos é muito grande”. Assim definiu um vereador reeleito sobre a possibilidade de apoiar a colega Andreia Rezende para ocupar a Presidência da Câmara Municipal. Segundo ele, é um pensamento comum no Legislativo que entrega a Mesa para a família Batista é perder espaço na indicação de nomes.
Os tais “Batista” ao qual ele se refere é composto pelos integrantes da linhagem política de Andreia, o patriarca Amilton Batista e o irmão da parlamentar, o deputado estadual Amilton Filho (MDB). Não por acaso, o exemplo vem de longe: ambos já foram presidentes da Câmara Municipal e muitos dos vereadores que estão hoje no Legislativo e foram reeleitos conheceram de perto da experiência de ter um Batista na liderança.
O temor dos parlamentares é que não haja uma divisão justa de espaços políticos para os integrantes da Mesa Diretora ou para os aliados. “O que é bom, o que todo mundo quer, fica tudo pra eles. É assim desde o Amiltão Pai, então não vai ser diferente agora”, relembra o vereador que não estava na Câmara com o Amilton “Pai”, mas conhece bem o perfil de atuação política do filho.
“Errado eles não estão, até porque olha aí como está dando certo. Eles estão no poder mais uma vez. Eram Roberto, agora são Márcio. O que não dá é para deixar isso acontecer e ficar de fora”, resume.
A disputa por cargos comissionados na Câmara Municipal e o cumprimento de acordos é parte fundamental da formação dos blocos para a eleição da Mesa Diretora, uma vez que após o pleito, os espaços acomodam aliados políticos da base de cada vereador.