O verão chegou e é hora de reforçar os cuidados para evitar casos de câncer da pele, doença que é subestimada devido a sua menor letalidade, mas que corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país. Para se ter uma ideia, a incidência do câncer de pele é maior do que os cânceres de próstata, mama, cólon e reto, pulmão e estômago. “Adicione mais fator de proteção ao seu verão” é a proposta do Dezembro Laranja deste ano, campanha realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Ou seja, além do álcool em gel e da máscara, ainda aliados inseparáveis, é preciso acrescentar o protetor solar à lista de agentes indispensáveis no nosso dia a dia.
Embora a região Centro-Oeste e Goiás possuam o menor índice de casos registrados – Sudeste seguido do Sul apresentam os maiores percentuais -, quem vive nesta área do mapa também precisa se cuidar. As medidas de proteção são amplamente divulgadas, mas nunca é demais reforçar. importante adotar o hábito diário da fotoproteção, que inclui o uso de óculos de sol e blusas com proteção UV, bonés ou chapéus; optar pela sombra; evitar a exposição ao sol entre 9h e 16h; e utilizar filtro solar com FPS igual ou superior a 30, reaplicando-o a cada duas horas ou sempre que houver contato com a água.
Existem dois principais tipos de câncer de pele: o mais frequente é o não melanoma que, apesar de maligno, tem grandes chances de cura se detectado precocemente. Quando diagnosticado ainda no início, ele pode ser tratado no próprio consultório do dermatologista, com uma pequena cirurgia.
O outro é o melanoma, que representa apenas 3% dos cânceres malignos da pele e é um dos mais graves, devido ao maior potencial de provocar metástase (a disseminação para outros órgãos).
Segundo análise da SBD, a cada ano cerca de 4 mil brasileiros morrem em razão da doença. Entre 2013 e 2020, os casos mais graves levaram a óbito 31.666 pessoas. “Esse quadro indica a importância de reforçarmos ações para a sua prevenção. Quando descoberta no início, essa doença tem 90% de chances de cura”, afirma Mauro Enokihara.
Conforme destaca, “é preciso conscientizar a população da necessidade de buscar o diagnóstico precoce, assim como o sistema de atendimento à saúde para a necessidade da notificação dos casos para que possamos contribuir com políticas públicas que aumentem as chances de tratamento e cura dos pacientes”.
Diagnóstico precoce
Em caso de surgimento de sinais e sintomas suspeitos, o médico dermatologista deve ser consultado para fazer o diagnóstico precoce do quadro. Se for constatada uma lesão cancerosa, ele orientará o início do tratamento. É preciso prestar a atenção em pintas que crescem, manchas que aumentam, sinais que se modificam ou feridas que não cicatrizam pois podem revelar o câncer de pele. A rotina do autoexame facilita o reconhecimento dos casos.
A SBD ressalta ainda que a exposição solar exagerada e desprotegida ao longo da vida, além dos episódios de queimadura solar, são os principais fatores de risco do câncer de pele. Apesar de ser um problema de saúde que pode afetar qualquer pessoa, há perfis que são mais propensos ao seu surgimento. Neste grupo, estão os que têm a pele, cabelos e olhos claros; aqueles com histórico familiar dessa doença; os portadores de múltiplas pintas pelo corpo e pacientes imunossuprimidos e/ou transplantados.
A SBD ressalta que os que apresentam estas características precisam de maior cuidado com a pele e passar por avaliação frequente com um médico dermatologista. E para ajudar as pessoas a ficarem a atentas ao sinais, a SDB disponibiliza em sua página na internet uma calculadora para avaliar o risco de desenvolvimento da doença: https://www.sbd.org.br/dezembroLaranja/calculadora/